terça-feira, 8 de junho de 2010

ESTABELECENDO LIMITES

Segundo o dicionário, Educar é o mesmo que instruir, ensinar.

As passagens bíblicas aqui mencionadas referem-se,  de algum modo, também sobre a educação:

  • Atos 7:22 - "Moisés foi educado em toda a sabedoria dos egípicios e veio a ser poderoso em palavras e obras."
  • Gálatas 6:6 - "O que está sendo instruído na palavra partilhe todas as coisas boas com aquele que o instruiu."

Por que muitos pais e professores se sentem perdidos?

Discussões homéricas surgem nas famílias por causa da disciplina, dificultando bastante a convivência. Mães ficam mal humoradas porque crianças bagunçam o quarto e pais se exasperam porque elas se esquecem de apagar a luz. Porém o pior ocorre quando um filho responde mal. Isto lhes estraga o dia.
Muitos alunos não respeitam seus professores e isto prejudica o ensino e a aprendizagem. Este estudo se refere a questão do limite. Como gostaríamos de ter a receita mágica, para criarmos nossos filhos. Mas o que vemos não é nada disso que acontece, quando menos esperamos estamos às voltas com uma birra desenfreada no meio de um supermercado, de uma loja de brinquedos, ou em um lugar público qualquer.
A questão do limite hoje está sendo muito discutida por todos,  pois durante muitas décadas vivíamos em uma sociedade patriarcal e autoritária. Onde os pais eramconservadores e ditavam as regras.
Lembro de uma história ocorrida por volta dos anos 50. Uma senhora me contou que quando estava com dois anos de idade, levara uma surra de cinto quando saía do banho pois estava nua e passou correndo pela sala de estar onde seu pai estava com um amigo. Seu pai achou que era uma falta de respeito.  Me pergunto:
O que uma criança pode saber de valores morais com dois anos de idade?
Nesta sociedade patriarcal era-se obrigado a obedecer tudo o que o pai determinava.
Veio então a geração da liberdade (década de 70), do tudo pode. Os pais da segunda geração acabaram caindo no extremo oposto da primeira, a permissividade. Os jovens ficaram sem noção de padrões de comportamento e limites formando uma geração de príncipes e princesas com mais direitos do que deveres, mais liberdade do que saber retribuir ou dar. Penso que precisamos recuperar a autoridade.
Recuperar a autoridade não significa ser autoritário.
Autoridade é algo natural que deve existir sem descarga de adrenalina, seja para impor ou submeter, pois é reconhecida espontaneamente por ambas as partes. E, para haver disciplina é necessário a presença de uma autoridade saudável e o segredo que difere o autoritarismo do comportamento adotado para que outra pessoa, no caso o filho,  torne-se mais educado e disciplinado é respeito à auto estima. Então devemos estar atentos para que nossos filhos não se tornem folgados e irresponsáveis.
Como criamos filhos folgados e irresponsáveis?
  • Quando nossos filhos que recebem tudo desde pequeno;
  • Quando nós realizamos todos os desejos dos nossos filhos sem deixarmos  que eles se frustrem não deixam que nada lhes faltem;
  • Nossos filhos não ficam indisciplinados da noite para o dia. Eles são frutos de um longo processo educativo que se inicia antes de virem ao mundo. Por mais indisciplinado que uma pessoa tenha sido ela obteve a concordância da outra.
  • Mães saudáveis preparam os filhos para arcarem com suas responsabilidades e com o passar dos anos elas vão delegando à criança o poder de se cuidar. isto é muito diferente de abandonar totalmente o filho para que ele se vire sozinho. Lembre-se: A criança não pode dar o segundo passo sem antes dar o primeiro e p primeiro passo é tentar, sem obrigação de acertar.
Cabe então aos pais delegar tarefas para o filho que ele seja capaz de cumprir. O que ele aprendeu é dele. A mãe deveria ficar orgulhosa pelo seu crescimento, em vez se se sentir infeliz por não ser mais útil. Ser mãe é algo que demanda acima de tudo tempo. É importante cuidar das primeiras interações. A criança para conseguir ficar de pé, ela algumas vezes precisa cair. Ela precisa aprender, mas se a mãe vai logo correndo e faz um grande barulho ou se não liga, a criança poderá se sentir de duas formas, ou o centro das atenções ou o desprezo.
Quanto mais a mãe sede as exigências e pedidos da criança mais ela se sente vencedora e então começam as birras. Para chegar à birra, a mãe foi uma indisciplinada pois ela proibiu e deu, proibiu e deu. Despertou suas proibições, ensinando o seu filho a fazer o mesmo: desrespeitá-la.
A mãe se sente na obrigação de realizar pelo filho o máximo que ela pode as vezes pode se sentir culpada por algumas razões:
  • Trabalhar fora;
  • Ter filhos menores, então realiza tudo para o mais velho;
  • Se sentir culpada por não conseguir satisfazer os desejos do filho.
O filho então se torna um folgado porque deixou de fazer o que é capaz e precisa executar, a mãe torna-se uma sufocada porque precisa dar conta das tarefas que não lhe cabe mais e até de muitas outras atividades. Devemos lembrar também que atrás de todo pai durão têm sempre uma mãe molinha. Por isto, a solução é a convivência concentrada. Esta convivência é como uma espécie de soro nas veias, contendo as bases de um bom relacionamento. Dar condições de se estabelecer o vínculo entre pai e filho e permite um distanciamento dos vícios que não dependem só do folgado.
Precisamos entender que devemos ser pais suficientemente bons e não pais bonzinhos. Entender que pai é pai e não amiguinho ou coleguinha de filho.
O texto abaixo nos lembra algo que às vezes esquecemos ou fingimos que não conhecemos.

pais maus
Um dia quando meus filhos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais, eu hei de dizer-lhes:
Eu os amei o suficiente para ter perguntado aonde vão e a que horas regressarão.
Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia.
Eu os amei o suficiente para fazer pagar as balas que tiraram do supermercado ou revistas do jornaleiro, e fazer dizer ao dono: Nós pegamos isto ontem e queremos pagar.
Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé junto de vocês duas horas, enquanto limpavam o seu quarto, tarefa que eu teria feito em quinze minutos.
Eu os amei o suficiente para deixá-los ver além do amor que eu sentia por vocês, o desapontamento e também as lágrimas nos seus olhos.
Eu os amei o suficiente para deixá-los assumir a responsabilidade das suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração.
Mais do que tudo eu os amei o suficiente para dizer-lhes não, quando eu sabia que vocês podiam me odiar  por isso (e em um momento até me odiaram).
Essas eram as difíceis batalhas de todos.
Estou contente, venci... Porque no final vocês venceram também!
Em qualquer dia quando meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais, quando eles lhes perguntaremse seus pais eram maus meus filhos vão dizer:
"Sim, eram os pais mais mais maus do mundo..."
As outras crianças comiam doces no café da manhã e nós tínhamos que comer cereais, ovos, pão. As outras crianças bebiam refrigerantes e comiam batatas fritas e sorvete no almoço e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas.
Eles nos obrigavam a jantar a mesa bem diferente dos outros pais que deixavam seus filhos comerem vendo TV eles insistiam em saber onde estávamos a toda hora (tocava o celular de madrugada e "fuçava" nossos e-mails). Era quase uma prisão.
Eles tinham que saber quem eram nossos amigos e o que nós fazíamos com ele. Insistia que lhes disséssemos com que íamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou menos. Nós tínhamos que tirar a louça da mesa, arrumar nossas bagunças, esvaziar o lixo e fazer todo esse tipo de trabalho que achávamos cruéis.
Eu acho que eles dormiam à noite, pensando em coisas para nos mandar fazer.
Eles insistiam sempre conosco para que lhes disséssemos sempre a verdade e apenas a verdade. E quando éramos adolescentes, eles conseguiam até ler nossos pensamentos.
A nossa vida era muito chata. Eles não deixavam os amigos tocarem a buzina para que saíssemos, tinham que subir, bater à porta, para eles o conhecer.
Enquanto todos podiam voltar tarde da noite, com 12 anos, tivemos que esperar por 16 para chegar um pouco mais tarde,  e eles  queriam saber se a festa foi boa (só para ver como estávamos ao voltar). Por causa de nossos pais, nós perdemos imensas experiências na adolescência;
Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, bebidas, vícios, em roubos, em atos de vandalísmo, em violação de propriedade, nem fomos presos por nenhumcrime. FOI TUDO POR CAUSA DELES!
Agora que somos adultos, homens e educados, estamos a fazer o nosso melhor para sermos PAIS MAUS!
Como os meus, EU ACHO QUE ESSE É UM DOS MALES DO MUNDO DE HOJE: NÃO EXISTEM SUFICIENTES PAIS MAUS!!!!






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